Dia 02 de junho – Dia de Conscientização contra Obesidade Infantil


Atualmente, passamos por uma transição epidemiológica e nutricional, onde a população devido a mudanças no estilo de vida tem sofrido com o excesso de peso e aparecimento precoce de doenças crônicas. Dentre as principais mudanças no estilo de vida, está o comportamento alimentar, onde se caracteriza o aumento do consumo de alimentos ultra processados, industrializados.

 

Segundo a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (2006) e a Pesquisa Nacional de Saúde (2013) 60,8% das crianças < 2 anos comem biscoitos ou bolachas recheadas e 40,5 % das crianças < 5 anos consomem refrigerantes com freqüência. Nesta idade a criança está desenvolvendo os hábitos alimentares que a acompanharão para a vida e a introdução precoce dos alimentos ultra processados (ricos em gorduras, açúcares e sódio), sendo extremamente agradáveis ao paladar infantil, favorecem o consumo de alimentos com baixo teor de nutrientes, e de alto valor calórico, contribuindo de forma gritante para o desenvolvimento da obesidade, ainda mais quando associados à inatividade física e aumento do tempo de tela das crianças atualmente, segundo a pesquisa do IBOPE 2011 as crianças brasileiras passam 5 horas em frente a televisão, ou utilizando aparelhos eletrônicos. Atualmente a Sociedade Brasileira de Pediatria, propôs um Manual de Orientação (2017), onde o tempo de tela recomendado para crianças menores de 2 anos é 0 e acima de 3 anos até 19 anos deve ser limitado a 2 horas por dia para que não comprometa o desenvolvimento da criança e adolescente.

 

No nosso município, neste ano de 2019, através do Programa Saúde na Escola (PSE), a Secretaria de Saúde, através do NASF – Núcleo de Apoio a Saúde da Família, em parceria com a Secretaria de Educação, iniciou um trabalho de avaliação do consumo alimentar das crianças matriculadas na rede municipal de ensino, utilizando a ferramenta do Ministério da Saúde, denominada Marcadores do Consumo Alimentar, sob orientação da nutricionista do NASF Jéssica Kehrig Fernandes.

 

 Até o momento foram avaliados 126 alunos (com idade entre 4 e 13 anos), destes 33 % tem costume de realizar as refeições em frente a equipamentos eletrônicos, comportamento este interfere no mecanismo regulador da fome e saciedade, levando na maioria das vezes a um consumo excessivo de alimentos. Portanto, frisamos a importância de realizar as refeições na mesa, de preferência acompanhados, e em um ambiente calmo e tranquilo, para que a atenção plena esteja na refeição. No gráfico podemos observar que 67% das crianças avaliadas consumiram bebidas adoçadas no dia anterior ao questionário, conforme dito anteriormente o consumo de alimentos ou bebidas ultra processados vem ganhando espaço e “atrapalhando” o desenvolvimento saudável da criança e do adolescente, em contra partida apenas 55% das crianças consumiram verduras no dia anterior ao questionário.

 

O índice de excesso de peso vem aumentando, segundo pesquisas 1 em cada 3 crianças brasileiras apresentam excesso de peso (POF2008-2009), e alguns estudos apontam que a cada 5 crianças obesas 4 permanecerão obesas quando adultas, contando que o excesso de peso aumenta a pré-disposição de doenças crônicas não transmissíveis.

 

Uma boa alimentação, prática de atividade física e redução do tempo de uso de eletrônicos (tempo de tela), favorecem o desenvolvimento de uma criança saudável, reduzindo o aparecimento de complicações em saúde. O principal modelo para a criança, é o adulto que a cerca, portanto a mudança de comportamento não deve partir da criança e sim do adulto que a cerca.

 





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