Pai é preso após trocar carro por arma e matar o assassino do filho: “Alma lavada”


 

 

 

Justiça com as próprias mãos. Foi o que um trabalhador  fez ao matar com um tiro na cabeça o assassino do filho de 22 anos. O homem foi preso na manhã desta segunda-feira (6) e confessou o crime cometido no dia 1º de maio: “Primeiro ele riu na minha cara quando perguntei por que tinha matado meu filho. Daí, troquei meu carro por uma arma, dei mais um dinheiro, voltei e dei um tiro na cabeça dele. Sei que não podia fazer isso, mas estou com a alma lavada”, disse o pai, já na prisão.

Segundo a polícia, o filho foi morto a facadas por Lincoln Martins na madrugada do dia 1º de maio, após uma desavença em uma casa a poucos metros da casa do paí da vítima. O pai foi até o local do crime e confrontou ele, que teria rido na cara dele. Transtornado, o homem foi até Curitiba e trocou o carro por uma pistola 9 mm.

“Ele voltou horas depois e foi até a casa onde estava Lincoln. Chegou lá, sob forte emoção, questionou sobre a morte do filho e deu um tiro na cabeça do responsável pelo assassinato. Ele poupou os amigos que estavam no local. Com as investigações, conseguimos o mandado de prisão temporária para este pai. Ele foi preso quando chegava ao trabalho e confessou o crime”, disse o delegado Tiago Dantas, de Almirante Tamandaré.

O pai falou a  Banda B. Emocionado, disse que sabe que fez coisa errada, mas que na hora perdeu a cabeça.

“Quando vi meu filho morto, fui falar com o assassino. Ele me disse que se a PM não tinha falado nada quem era eu pra falar alguma coisa. Sou o pai do rapaz trabalhador que ele rasgou como se fosse um cachorro. Sou o pai de um menino que nunca fez nada errado, que cuidou dele desde o primeiro sapatinho. Saí de lá e fui atrás de uma arma”, contou.

O pai contou que foi a Curitiba trocar o carro por uma pistola 9 mm. Ele não informou onde fez a troca, mas disse que voltou pra matar o Lincoln. “Eu estava transtornado, cego mesmo. Ele assumiu e só me falou: veja o que você faz. Dei um tiro na cabeça dele e poupei os outros que estavam com ele pra não cometer uma injustiça. Sei que não deveria ter feito justiça com as próprias mãos, mas na hora estava fora de mim. O que posso dizer é que meu filho não vai voltar, ele me tirou tudo, mas estou com a alma lavada”, disse o pai.

Questionado se estava arrependido, ele disse que sim. “Estou arrependido sim, mas no calor do momento não tinha o que fazer. Sem dizer que eu seria a próxima vítima dele. Tenho certeza”, disse.

O rapaz foi socorrido com vida logo após ser baleado e morreu no hospital, dois dias depois.

 

O delegado disse que o pai não deveria ter feito justiça com as próprias mãos. “Iríamos prender o Lincoln. Estava muito claro que ele era o autor da morte. Havia todo tipo de vestígios, mas ele se precipitou e matou o rapaz. Este não é o caminho”, afirmou o delegado.

O homem deve responder por homicídio privilegiado em razão da forte emoção, informou o delegado. “Ele cometeu o crime num intervalo de tempo muito curto após a morte do filho, isso deve atenuar a pena em razão da forte emoção. Devemos indiciá-lo por homicídio privilegiado, mas a Justiça é que vai decidir o destino deste pai”, completou.





Todos os direitos reservados. © Copyrıght 2015
Projeto de Criação de Site - Azz Agência