A Amazônia concentra 52,5% dos focos de queimadas de 2019, segundo os dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O Cerrado é responsável por 30,1%, seguido pela Mata Atlântica, com 10,9%.
O G1 mostrou que o número de queimadas aumentou 82% em relação ao mesmo período de 2019 - de janeiro a 18 de agosto. Foram 71.497 focos neste ano, sendo que 13.641 ocorreram no Mato Grosso, 19% do total do país.
Nesta segunda-feira (19), a cidade de São Paulo, parte do Mato Grosso do Sul e do norte do Paraná foram afetados pela fumaça que desceu das queimadas no Brasil, e também do Paraguai. A Bolívia, a Argentina e o Peru também têm focos de incêndio. No caso da capital paulista, uma nuvem mais baixa e carregada acabou aumentando a escuridão.
O jornal "Abc Color", do Paraguai, noticiou um incêndio que começou durante o final de semana na reserva de mata nativa Três Gigantes, no Pantanal do país. Segundo a Secretária de Emergência Nacional, 70% do fogo, que se arrastou por 21 mil hectares, havia sido controlado até a manhã desta segunda-feira, mas a fumaça ainda era sentida em território brasileiro.
Amazônia e Cerrado
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), que não é um órgão do governo, publicou uma nota técnica a respeito das queimadas na Amazônia. O Ipam afirma que o “fogo é um elemento comum na paisagem rural brasileira” e que “na Amazônia não é diferente”. O órgão também diz que as chamas costumam estar “diretamente relacionadas à ação humana”.
De acordo com Setzer, tanto na Amazônia quanto no Cerrado o fogo é utilizado para a expansão da fronteira agrícola e também para a manutenção de áreas que já foram desmatadas.
"No Cerrado, você tem um ponto que é muito importante ser mencionado e que muitas vezes causa confusão. O Cerrado é uma vegetação naturalmente adaptada ao fogo. Ela, na verdade, precisa do fogo para a sua manutenção. Se você não tiver fogo, as sementes não vão germinar, as espécies vão desaparecer".
Segundo ele, o "fogo natural" do Cerrado ocorre com a ocorrência de raios, com uma frequência muito menor do que as queimadas causadas pelo homem.