Entre os dias 31 de maio e 13 de junho, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) promoveu o I Exercício Nacional de Prontidão dos Grupos de Fiscalização de Trânsito e Transporte (GFT). A mobilização priorizou o caráter preventivo, com foco na preservação de vidas, tendo em vista que a fiscalização é um dos pilares para a redução dos acidentes de trânsito.
No Paraná, as atividades aconteceram em todas as regiões do estado e contou com o emprego de mais de 30 policiais que possuem vasto conhecimento da legislação nacional e internacional e que atuam na fiscalização de trânsito em nível avançado.
Caminhões, por conta de suas dimensões e até mesmo do tipo de carga transportada, possuem grande potencial lesivo quando se envolvem em acidentes e por isso tiveram uma atenção especial durante as abordagens.
As operações envolveram a inspeção nos seguintes tipos de transportes: cargas superdimensionadas e/ou indivisíveis, cargas especiais e de produtos perigosos. Também foram verificados veículos com excesso de peso e dimensão e o tempo de direção do motorista profissional, sem deixar de lado todas as outras infrações de trânsito dispostas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Os esforços do policiamento qualificado resultaram na fiscalização de 2.784 veículos e 2.683 pessoas. Foram recolhidos também 462 documentos que não estavam em conformidade com as normativas.
No exercício, a PRF emitiu 265 autos de infração para motoristas que não usavam o cinto de segurança. Perigo também geraram os 27 motoristas que usavam o celular enquanto dirigiam. Quando o alvo das fiscalizações foi a criança sem cadeirinha, 28 autos foram emitidos. Além disso, 225 condutores foram autuados por ultrapassagens proibidas.
No total, 64 veículos foram recolhidos aos pátios da PRF, por diferentes irregularidades, seja na documentação ou no estado de conservação e até pela ausência de equipamentos obrigatórios.
No decorrer da operação, 318 toneladas de excesso de peso (318,280 quilos) foram retiradas de circulação.
A PRF, nos últimos anos, intensificou a fiscalização dos veículos de transporte de cargas com o objetivo de coibir condutas irregulares na execução desse tipo de transporte e possíveis ilícitos criminais, contribuindo assim para a fluidez do trânsito, conservação do pavimento asfáltico da rodovia e segurança dos usuários nas rodovias federais.
Com vistas a auferir mais lucros, muitas empresas acabam colocando toneladas de excesso de peso nos caminhões, inclusive, ajustam as carrocerias para carregar mais mercadorias. Os danos causados ao pavimento deixam trilhas de rodas ou afundamento do asfalto, que interferem na dirigibilidade dos veículos de passeio, como automóveis e motocicletas, potencializando a ocorrência de acidentes com gravidade.
Entre os principais problemas ocasionados por veículos com excesso de carga está a elevação dos poluentes na atmosfera, causados pelo aumento do consumo de diesel. Essa conduta ainda ocasiona o desgaste mais rápido nos veículos, principalmente para pneus, suspensões, feixes de mola e até o empenamento do chassi. Todas essas alterações contribuem para que acidentes com vítimas aconteçam.
Também chamada de “Lei dos caminhoneiros”, a normativa prevê o intervalo de descanso obrigatório de motoristas de caminhão, ônibus e vans. O descanso é de 11 horas para cada 24 trabalhadas.
E foi através do cronotacógrafo (equipamento de uso obrigatório) que 49 motoristas que estavam descumprindo a Lei do Descanso foram autuados.
Para cumprir prazos predeterminados ou até faturar um extra no final de cada viagem, alguns motoristas profissionais infringem a lei e para isso até fazem uso de drogas para suportar longas jornadas ao volante. E nesta operação, foram apreendidos 35 comprimidos de anfetamina, mais conhecido por "rebite".
A substância é um estimulante do sistema nervoso central e faz com que o cérebro trabalhe mais depressa e cause nas pessoas a falsa impressão de diminuição da fadiga (perda de sono) e de aumento da capacidade física e mental.
O efeito estimulante dessa droga passa em algumas horas, podendo causar depressão, angústia e perda de energia.
Nunca é demais enfatizar que o uso não autorizado e descontrolado de “rebites” por motoristas é um fator que coloca em risco a segurança de todos que trafegam pelas rodovias federais do país, por isso, estaremos sempre coibindo com muito rigor tal prática.
Com essas ações para salvar vidas, a PRF alinha-se à promoção da Segunda Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2021-2030, proposta pela Organização das Nações Unidas, na qual os países signatários, dentre eles o Brasil, se comprometem a reduzir a violência no trânsito.