Os cinco policiais militares acusados de matar três jovens suspeitos de um assalto em outubro de 2013, no bairro Umbará, em Curitiba, foram absolvidos na madrugada desta sexta-feira (20) pelo júri popular. O Ministério Público do Paraná afirmou que não haverá recurso.
José Eleutério da Rocha, Vagner de Oliveira Moro, Clério Carneiro, Silvestre de Oliveira Lopes e Élinson Chitiko foram acusados de triplo homicídio qualificado e fraude processual. O advogado dos policiais militares, Eduardo Miléo, comemorou a decisão.
“A família de uma vítima levou uma versão estapafúrdia ao MP e ontem isso foi descartado pelo júri. A decisão final saiu às 4h da manhã, cerca de 19 horas de julgamento, em momentos tensos. A maioria dos quesitos teve uma vantagem de 4 a 0, não sendo necessário abrir os outros votos”, descreveu o advogado.
Segundo Miléo, o que fica é o prejuízo aos policiais militares, que faziam apenas serviços administrativos. “Prejuízo na carreira, dentro de casa, com o desgaste emocional que sofreram. Mas agora, vão estar de volta a carreira profissional e no lugar que merecem”, destacou.
A denúncia
Segundo a denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR), após a abordagem dos policiais, as vítimas foram levadas até uma área de matagal e executadas. Ao todo, 16 tiros foram disparados. A defesa dos acusados, no entanto, alega que os três jovens estavam armados e trocaram tiros com a equipe.
Quase cinco anos após o caso, as famílias das vítimas comemoraram a chegada do julgamento. “Eu espero por justiça, que eles sejam condenados. Os rapazes foram acusados de algo sem terem feito nada. Quando a polícia foi prendê-los, por que não levaram os três para a delegacia? Por que foram para o meio do mato e atiraram? Agora pense comigo, que sou mãe, o que esses meninos passaram na mão desses covardes?”, questionou Maria de Fátima Pereira Fernandes, mãe de Pedro Paulo, em entrevista à Banda B antes do resultado do júri.